Déficit na extração da platina ganha contribuição da crise no Zimbábue, mas oportunidades existem

Por Conexão Mineral 05/12/2017 - 15:33 hs
Foto: Click Estudante
Déficit na extração da platina ganha contribuição da crise no Zimbábue, mas oportunidades existem
Preço atual da platina é cerca de 25% menor que o do ouro

Por Marcelo López*

O preço da platina no mundo vem caindo sistematicamente há mais de um ano. Logo num ano que tem sido tão bom para as commodities metálicas. Ao invés de vermos isso como um problema, estamos vendo uma oportunidade.

De acordo com o relatório recente da World Platinum Investment Council haverá um déficit na produção de platina nos próximos 4 anos, após déficits dos últimos 2 anos, de cerca de 250mil onças (aproximadamente 7.800 kg) anuais.

O cenário traz elementos essenciais para a formação de preços mais altos dessa commodity no longo-prazo. Esse é um mercado com boas oportunidades e cuja relação risco x retorno se mostra interessante.

O maior produtor do metal no mundo é a África do Sul. O país é responsável por cerca de 77% da produção, seguido pela Rússia, com 12%, Canadá e Zimbábue. Assim, a África do Sul é hoje o maior responsável pelos desenvolvimentos nos mercados de platina do mundo – é ela quem decide se haverá falta ou abundância.

Tendo dito isso, a África do Sul ganha destaque pelas greves nas minas e pelos planos de expansão na produção que não evoluíram nos últimos 10 anos. Agregados a essa realidade estão minas em depleção, problemas trabalhistas, falta de água (recurso muito importante nessa indústria) e energia.

O impacto deve chegar no preço do metal, mais cedo ou mais tarde. Segundo o documento da World Platinum, ainda que a moeda sul-africana, o Rand, continue se depreciando, os preços da platina devem subir.

O vizinho Zimbábue poderia aumentar sua produção de platina, mas o cenário político inspira cautela e mostra-se improvável que algum investidor ou empresa se disponha a investir lá enquanto essa situação se mantiver.

Grande parte da platina minerada é usada como catalisador para motores diesel, mas não é só isso. O metal ainda é um metal precioso, assim como o ouro, e um dos metais mais caro do mundo. Existem vários especialistas que apontam para grande alta do ouro nos próximos anos – podemos esperar ainda mais para a platina. Há anos o preço da platina ficava atrás apenas do preço do Ródio, ambos devido à escassez. No entanto, hoje ela já é cerca de 25% mais barata que o ouro. Para investidores em metais preciosos, a platina pode se mostrar uma excelente (e alavancada) alternativa.

(*) Marcelo López, CFA, gestor de recursos na L2 Capital Partners.