CSN teve primeiro trimestre positivo, concluiu descaracterização de uma barragem e automatizou sirenes

A empresa investiu R$170 milhões no 1T21, especialmente em projetos ligados a aumento de produção/qualidade

Por Conexão Mineral 30/04/2021 - 12:28 hs
Foto: CSN

A CSN Mineração divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2021 (1T21). Segundo a empresa, durante o período os estímulos na China e a recuperação nos demais mercados continuaram a proporcionar margens elevadas para a siderurgia e mantiveram a demanda por minério de ferro aquecida, principalmente quando se observa a limitada oferta no mercado transoceânico. Os estoques de minério nos portos e usinas apresentaram pequeno aumento após atingir níveis historicamente baixos, proporcionando preços altos de realização. Nesse contexto, o minério encerrou o 1T21 com média US$166,9/dmt (Platts, Fe62%, N. China), 24,8% superior em relação ao 4T20 (US$133,7/dmt). Em relação ao frete marítimo, a Rota BCI-C3 (Tubarão-Qingdao) atingiu média de US$18,03/wmt no 1T21, aumento de 15,4%

No 1T21, a produção e compras de minério de ferro da CSN somou 8,27 milhões de toneladas, volume 8% superior ao do trimestre anterior mesmo considerando a sazonalidade negativa do período em razão das chuvas, o que ressalta o bom rendimento da produção. Adicionalmente, houve também um aumento nas compras de minério de terceiros ao longo do 1T21. O volume de vendas atingiu 8,2 milhões de toneladas no 1T21, 4,8% inferior ao trimestre anterior em função do período úmido como referência. Em contrapartida comparado ao mesmo período do ano anterior, quando houve forte precipitação, a evolução das vendas atingiu um forte aumento de 47%. 

A receita líquida ajustada da CSN Mineração  no 1T21 totalizou R$5.474 milhões, 21% superior à registrada no trimestre anterior, como resultado do contínuo aumento verificado no preço médio do Platts, que subiu +24,8% contra o 4T20, além da variação cambial verificada no período. A receita líquida unitária FOB ME no 1T21 foi de US$121,8 por tonelada úmida, o que corresponde a um aumento de 26,5% contra o trimestre anterior.

O custo dos produtos vendidos da mineração totalizou R$1.907 milhões no 1T21, 6% inferior ao verificado no trimestre anterior, uma vez que o 4T20 foi impactado pela depreciação acelerada por obsolescência técnica e funcional das barragens. Excluindo-se esse efeito, o CPV apresentou aumento em razão do maior volume de compras de minérios de terceiros, além do impacto maior das despesas portuárias e do aumento expressivo do Platts sobre o custo de produção.

O Custo C1 foi de USD18,2/t no 1T21, aumento de 11% comparado ao 4T20 como consequência, principalmente, da maior despesa portuária que é impactada pelo efeito do Platts sobre o arrendamento variável.

No 1T21, o lucro bruto ajustado somou R$3.566 milhões, 43% superior ao registrado no 4T20. A margem bruta ajustada atingiu 65% no 1T21, o que significa um aumento de 10p.p. frente à registrada no 4T20, principalmente em função da alta no preço do Platts e do efeito não recorrente da depreciação acelerada no 4T20.

Por sua vez, o EBITDA ajustado atingiu R$3.665 milhões no 1T21, com margem EBITDA de 67,0%, também impactado positivamente pela forte performance do Platts.

A conta de outras receitas e despesas operacionais atingiu valor negativo de R$115 milhões no 1T21, devido principalmente aos efeitos da realização do hedge de fluxo de caixa do instrumento derivativo do índice Platts, além de outras despesas incorridas no curso normal dos negócios.

No 1T21, o resultado financeiro foi positivo em R$ 76 milhões, impactado pela variação cambial que acabou por compensar a reversão de ajustes a valor presente de fornecedores.

No 1T21, a Companhia registrou lucro líquido de R$2.363 milhões, um aumento significativo em relação ao lucro líquido de R$1.342 milhões registrado no trimestre anterior. Esse desempenho reflete a melhora do resultado operacional em função da alta do câmbio e da valorização do índice PLATTS.

O Fluxo de Caixa Ajustado no 1T21 alcançou R$2.465MM, influenciado pelo maior EBITDA e pelo impacto positivo com a variação no capital de giro.

Investimentos

A CSN Mineração investiu R$170 milhões no 1T21, especialmente em projetos ligados a aumento de produção/qualidade, além de sobressalentes para suportar a frota e respectiva movimentação de mina.

Barragens

A empresa investiu cerca de R$ 400 milhões em tecnologias que permitiram uma melhor gestão dos rejeitos com a filtragem e empilhamento a seco, tornando desde o início de 2020 os processos 100% independentes do uso da barragem de rejeitos. Todas as barragens são auditadas por empresas independentes e especializadas no assunto, objetivando atestar a estabilidade ou não das barragens e identificar ações preventivas para a garantia dessa estabilidade. Em março de 2021, segundo a empresa, foram fechados os ciclos de auditorias, com todas as declarações de estabilidade fornecidas. Além disso, todas as barragens da CSN Mineração permanecem no nível de emergência zero, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Em continuidade à descaracterização da primeira barragem - a B5 - em março de 2021 concluíram a descaracterização da Barragem Auxiliar do Vigia e a mineradora aguarda parecer oficial da ANM e da FEAM. Dessa forma, restam apenas 3 barragens que seguirão em processo de descaracterização nos próximos anos.

Em 2021, a empresa automatizou o disparo das sirenes de Emergência das Barragens, o que representa eficiente alerta para a Zona de Autossalvamento ao complementar os sistemas de acionamento manual e remoto já existentes na empresa.