Ore Investments anuncia seu primeiro projeto: cobre em Carajás

Será o primeiro investimento da gestora brasileira de fundos private equity

Por Conexão Mineral 14/05/2021 - 14:17 hs
Foto: Ore Investments
Ore Investments anuncia seu primeiro projeto: cobre em Carajás
Sócios da Ore Investments: Mauro Barros, Carlos Costa, Ricardo Lopes, Thiago Bonás e Eduardo Cardoso

Em 2021 os principais analistas do mercado de mining and metals consolidaram uma posição que já vinha se formando há anos: o cobre é uma das commodities essenciais para um futuro mais sustentável que se desenha. 

Com a onda de veículos elétricos, geração de energia renovável e eletrificação em geral, em abril o departamento de pesquisa em commodities do Goldman Sachs chegou a publicar um relatório com o título Copper is the new oil. Já a banca de Nova York Jefferies publicou, no final de 2020, o relatório intitulado Is There Enough Copper for the Green Wave? Isso porque com a nova matriz energética mundial baseada em energia renovável, o cobre terá a sua utilização aumentada em várias vezes, tanto na geração, distribuição e armazenamento de energia.

Segundo a Ore, o mercado financeiro brasileiro conhece muito pouco da mineração pré-operacional enquanto alternativa de investimento. Ser pioneiro demandou muito trabalho de orientação dos fundamentos do setor aos potenciais investidores pela Ore Investments.

Ainda segundo a empresa, há escassez de capital no Brasil para entrar no risco geológico do estágio inicial dos projetos de mineração e poucos possuem o capital e expertise necessários para entrarem nesse estágio com assertividade.

E foi visando aos retornos que podem vir das novas descobertas de jazidas que a Spectra Investments, gestora de São Paulo, assim como fundos americanos e Family Offices decidiram ancorar o primeiro fundo da Ore.

Apesar dos desafios trazidos com a pandemia, a empresa conseguiu desenvolver um pipeline significativo de avaliação de ativos. No primeiro ano da gestora, foram mais de 250 projetos avaliados, dos quais mais de 30 estão em due diligence e negociação, sendo que, segundo Carlos Costa, muitos outros bons ativos estão a caminho para auditoria: “Focamos especialmente em ouro, metais básicos [cobre, níquel, zinco], fosfato e minerais de bateria [lítio, cobalto, grafita], mas considerando a vocação minerária do Brasil, avaliamos oportunidades das mais variadas commodities”. 

Ricardo Lopes fala sobre a estruturação dos investimentos: “preferimos nos associar aos atuais donos dos ativos, estruturando o negócio de forma faseada, e assumindo o controle e gestão do projeto, tanto técnico quanto estratégico e financeiro. No fim, as duas partes podem ganhar muito”. 

Para fortalecer o negócio em seu primeiro ano, a gestora trouxe a bordo Eduardo Cardoso e Thiago Bonás, que se tornaram sócios em 2021. “Seguindo as premissas de partnership e skin in the game, conseguimos trazer dois grandes reforços para o time, Eduardo como CFO e o Thiago como diretor de Recursos Minerais”.

Sobre o seu primeiro deal, o time selecionou um projeto promissor em estágio inicial de pesquisa mineral com bom potencial para cobre e ouro em Carajás. O investimento será faseado nos próximos 3 anos, podendo totalizar um valor superior a R$ 30 milhões ao final do terceiro ano. Segundo a empresa, para um ativo early stage, os valores são suficientes para se chegar a um patamar maduro para o desinvestimento. O time da Ore será responsável pela gestão do ativo, tendo os atuais proprietários como sócios, inclusive com assento em conselho. 

O plano agora será primeiro confirmar o potencial geológico evidenciado durante os trabalhos de due diligence que retornaram resultados significativos de cobre (4,0% em média), ouro (1,0g/t em média) e prata (18,0g/t em média) capazes de sustentar operações a céu aberto ou subterrâneas, uma vez confirmados tridimensionalmente.