Retorno da operação da mina Santa Luz é comemorado pela comunidade local

Cerimônia de inauguração da nova planta da Equinox Gold demonstrou a importância da atividade para o desenvolvimento regional

Por Conexão Mineral 19/07/2022 - 22:20 hs
Foto: Conexão Mineral
Retorno da operação da mina Santa Luz é comemorado pela comunidade local
Cerimônia de inauguração da planta da Mineração Santa Luz

A canadense Equinox Gold realizou em 07 de julho a cerimônia de inauguração da sua nova planta na cidade de Santaluz, localizada no interior da Bahia, a cerca de 170 km de Salvador. Com investimento de, aproximadamente, US$ 103 milhões, a Mineração Santa Luz deverá produzir, a plena capacidade, cerca de 100 mil onças de ouro. Sua primeira fundição de ouro ocorreu no final de março, apenas nove meses após ter iniciado a construção de sua nova planta e sem registro de acidentes com afastamento, apesar das 3 milhões de horas trabalhadas e dos cerca de 1.200 profissionais envolvidos na obra.

“Consideramos que a Mineração Santa Luz será um divisor de águas, em termos de engenharia e de tecnologia para otimizar o processo de recuperação de ouro, por meio da resina. O time brasileiro enfrentou os desafios apresentados, especialmente em função de uma característica especial do minério da região, que é matéria carbonosa, estudou e testou alternativas até alcançar resultados significativos nesse sentido. Saímos de uma mina desacreditada para uma mina de grande porte, que tem importante participação na estratégica global de expansão da Equinox Gold”, destaca o vice-presidente de Relações Institucionais e Licenciamento da Equinox Gold, Cesar Torresini.

C1 Santaluz pertenceu à Yamana Gold, que criou a subsidiária Brio Gold incluindo esse e outros ativos adquiridos em 2011. As dificuldades para a recuperação do ouro pela presença do minério carbonoso e cotações mais baixas do metal levaram à paralisação da operação. Em 2018, a Leagold Mining concluiu a aquisição da Brio Gold. Em 2020, a Equinox Gold e a Leagold passaram por uma fusão e C1 Santaluz acabou em seu portfólio.

“É o segundo projeto que construímos no Brasil em dois anos e o país responde por quase 50% da nossa produção anual de ouro. Estamos muito felizes por gerarmos mais de 800 empregos a longo prazo na região e pretendemos ser membros importantes da comunidade por muitos anos”, afirmou o CEO da Equinox Gold, Christian Milau.

O prefeito de Santaluz, Arismário Barbosa Junior, demonstrou a importância da atividade de mineração como indutora do desenvolvimento regional ao relatar o que ocorreu na história recente do município de 38 mil habitantes (estimativa do IBGE em 2021). “Acompanhei a presença da Yamana aqui, que trouxe uma movimentação positiva para a cidade. As pessoas podiam pagar pela comida, saúde, podiam planejar a aquisição da casa própria. Mas aí veio o fechamento provisório e com isso houve muito desemprego. Com a Equinox, esse novo projeto reacendeu os sonhos de população. Estou alegre de poder participar desse novo momento, um momento de ouro para a nossa cidade Santaluz, que a faz uma cidade boa para se morar. Dou Graças a Deus, que nos escolheu para presentear com essa mina, que reacendeu as esperanças do nosso povo, e agradeço também a Deus pela força e a grandeza da Equinox. 

Os números do IBGE colocam a declaração do prefeito de Santaluz em perspectiva: em 2020, o salário médio da cidade era de 1,9 salário mínimo e a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 8,9%. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 53,2% da população nessas condições. Além dos empregos gerados pela mineradora, a expectativa de arrecadação de CFEM durante a vida útil da mina é de R$ 101 milhões, sendo R$ 66 milhões para o município, R$ 23 milhões para o Estado da Bahia e R$ 12 milhões para a união. 

A cerimônia de inauguração contou também com a presença de Vilma Rosa de Oliveira Gomes, prefeita de Cansanção, cidade vizinha de Santaluz, com cerca de 35 mil habitantes (2020) e indicadores ainda mais desafiadores: remuneração média de trabalhadores formais de 1,7 salário mínimo, proporção de pessoas ocupadas em relação à população total de 6,8 % (2020) e 56,5 % da população com rendimento nominal mensal per capita de até meio salário mínimo (em 2010). A prefeita foi enfática: “parabenizo pelo acolhimento ao nosso povo sofrido e pobre e peço a Deus que isso chegue a Cansanção também, para ajudar nossa cidade”. Atualmente, a mineradora já realiza atividades de pesquisa na cidade vizinha.

“O efeito indutor proporcionado pela mineração no desenvolvimento socioeconômico regional é muito importante, porém limitado no tempo, pois os recursos minerais um dia acabam. Nesse contexto, é fundamental que as autoridades locais busquem empregar os recursos gerados pela mineração no incremento de outras áreas que venham trazer benefícios duradouros para as cidades e, principalmente, para a população”, diz Albert Hartmann, gerente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A mina de onde o metal é extraído faz parte das áreas descobertas pela CBPM.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, o ouro tem sido um dos principais bens minerais produzidos no Estado, participando sempre com um percentual de mais de 23% na Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC). A mineração também beneficia o município produtor, que na maioria dos casos baianos está no semiárido, dispondo de poucas opções de emprego. 

Estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), mostram que para cada emprego direto criado pela mineração, outros 11 são gerados indiretamente. Conforme dados do IBGE, os salários médios pagos pelo setor mineral são 2,5 vezes maiores que os registrados nos demais setores da economia.


Acionamento simbólico da nova planta (foto: Equinox Gold)



Cidade de Santaluz, no interior da Bahia (foto: Conexão Mineral)