Mineradora investe R$ 12 milhões em pesquisas esse ano

Vida útil da mina a céu aberto é estimada em 10 anos, mas há potencial para operação subterrânea

Por Conexão Mineral 19/07/2022 - 22:10 hs
Foto: Conexão Mineral
Mineradora investe R$ 12 milhões em pesquisas esse ano
Operação de lavra na Mineração Santa Luz é terceirizada

Na Mineração Santa Luz a vida útil atual da mina é estimada em 10 anos. Quando operar a capacidade plena, deverá produzir cerca de 100 mil onças de ouro por ano, com potencial de expansão a partir do desenvolvimento subterrâneo. Em 2022, a expectativa é chegar a cerca de 80 mil onças de ouro.

A operação de lavra é a céu aberto, com cava em bancadas.  A operação está a cargo da U&M, mas o desmonte está sob responsabilidade da Órica. A lavra é realizada com a perfuração da rocha, carregamento com explosivos e detonação. Depois disso, o material está fragmentado é executada a limpeza da lavra, com frota composta por três escavadeiras, duas Hitachi 1200 e uma Hitachi 2500, e 14 caminhões CAT 777. Essa frota de caminhões Caterpillar será aumentada para 22 unidades quando a lavra estiver a plena capacidade.  Os equipamentos pertencem à empresa U&M. Toda a manutenção dos equipamentos é feita pela U&M, que garante em contrato a disponibilidade física de 85% nas escavadeiras e 80% nos caminhões. 

Na sondagem de curto prazo a Mineração Santa Luz conta ainda com a Geosedna, responsável pelo grade control. Todo o planejamento de lavra é feito internamente pela gerência de Serviços Técnicos, responsável também pela geologia. Os dados gerados pela sondagem de curto prazo são interpretados, modelados e estimados os teores pela geologia da unidade. 

Vladiclerison Regis dos Santos, engenheiro de minas e coordenador de Planejamento de Mina na Mineração Santa Luz, explica que atualmente a mina está no nível 190 e provavelmente chegará ao nível -5, atingindo então 195 metros de profundidade, aproximadamente. O total da cava final seria do nível 260 ao -5, sendo que do 260 ao 190 já foi lavrado. As bancadas possuem 10 m de altura, portanto serão lavrados ao todo 19 bancos completos e um banco pela metade, para finalizar. A movimentação atual é de 2 milhões de toneladas de minério e estéril/mês e a expectativa é de atingir em torno de 25 milhões de toneladas/ano. A relação minério/estéril é de 1:4.7.

De acordo com Santos, no momento a mina já está operando com capacidade muito próxima da operação plena. A alimentação da planta é de 2,7 milhões de toneladas/ano. O minério é extraído da mina colocado em pilhas. Como cada tipo de material responde de uma maneira diferente na planta, o minério tem que ser blendado, de forma a minimizar qualquer impacto  na planta. É realizado um plano de blend para juntar essas pilhas e enviar o material para o britador, fornecido pela Metso Outotec, responsável também pelo moinho SAG e as peneiras na britagem. A planta conta ainda com um moinho de bolas da Citic.

O projeto prevê  duas cavas e a operação atual é na C1. O projeto prevê a lavra em Antas 3 apenas em 2024. Serão duas cavas em Antas 3 e uma delas deve ficar muito próxima ao prédio administrativo, que precisará ser remanejado.

Cesar Torresini, geólogo e vice-presidente de Relações Institucionais, explica que parte da C1 está em uma portaria de lavra que era da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e foi levada a leilão há cerca de 15 anos, na época vencido pela Yamana. Por isso, a CBPM recebe royalties quando a produção se refere à essa área. Algumas áreas de exploração também foram herdadas desse contrato com a CBPM. “Temos reuniões periódicas com eles para apresentar os resultados e avanços da pesquisa”, explica Torresini. Segundo ele, esse ano a mineradora deve investir cerca de R$ 12 milhões em sondagens e testes de alguns alvos no corredor de 70 km entre Santa Luz e a mina Fazenda, também da Equinox. “Estamos selecionando áreas específicas, inclusive alguns alvos que já estavam definidos em trabalhos anteriores, e temos uma geofísica aérea. Esse serviço em alguns pontos já está sendo finalizado e vamos começar a e testes desses alvos, para incorporar esses recursos em nossas reservas. Alguns desses alvarás estão em estágio de segunda fase, de exploração, e vamos apresentar o relatório final. Tendo resultados positivos, migraremos para a portaria de Lavra”, diz Torresini.


Instalações da Mineração Santa Luz (foto: Conexão Mineral)