Kinross desenvolve iniciativas para a retenção e capacitação contínua das mulheres contratadas

O objetivo é que elas desenvolvam suas carreiras e conquistem mais espaço, inclusive em posições de liderança

Por Conexão Mineral 17/03/2023 - 21:17 hs
Foto: Kinross
Kinross desenvolve iniciativas para a retenção e capacitação contínua das mulheres contratadas
Kinross possui 154 mulheres trabalhando nas áreas operacionais

Em março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e Conexão Mineral produziu a Edição Especial As Mulheres na Mineração Brasileira e tem conteúdo sobre o tema durante todo o mês. Confira a seguir a entrevista com Eduardo Magalhães, diretor de RH, TI e Suprimentos da Kinross.

A Edição Especial com todas as notícias sobre o assunto pode ser acessada na aba “RH”, localizada no alto da página inicial do site.

Conexão Mineral – Lílian Moreira – Como a Kinross aborda a questão da diversidade na empresa? 

Kinross – Eduardo Magalhães - A Kinross sempre buscou atuar de forma inclusiva, promovendo a diversidade na força de trabalho. É um desafio, pois nosso setor é predominantemente masculino. Mas estamos avançando. Nossos esforços se intensificaram a partir de 2020, quando colocamos em prática o Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão, com diversas iniciativas. Internamente, promovemos a sensibilização das lideranças da empresa sobre o tema e o corpo de empregados também está recebendo formação sobre a diversidade e inclusão. Com isso, esperamos ter um grupo grande de pessoas envolvidas no projeto, para que ele faça sentido para as pessoas. Periodicamente, promovemos o Diálogos Inclusivos, que são seminários online sobre o tema com especialistas. Criamos o comitê de diversidade, cuja participação é voluntária e a função é identificar e discutir as necessidades dos empregados, as demandas e as proposições da empresa. O Programa de Mentoria Feminina já acontece há três anos. É uma iniciativa global da empresa, onde as participantes criam espaço para autorreflexão e autoconscientização, se engajam em oportunidades práticas para fortalecer contatos, construir confiança e aproveitam para expandir sua capacidade de liderança e moldar seu próprio caminho. Além disso, incentivamos que nossos profissionais participem de simpósios nas universidades com o objetivo de trazer mais mulheres para a mineração. 

Externamente, promovemos a aprendizagem industrial para mulheres já há dois anos, em parceria com o Senai. O objetivo é a capacitação das mulheres das comunidades vizinhas em processos de produção industrial. Em 2022, formamos 30 mulheres e outras 30 estão participando da aprendizagem neste ano. Outra ação importante é a promoção de vagas afirmativas. Recentemente (no último mês), abrimos 15 vagas para mulheres atuarem como operadoras de veículos móveis em nossa planta, instalada no município Paracatu, noroeste de Minas Gerais. Além disso, a Kinross é uma das participantes do WIM (Women in Mining, em português Mulheres na Mineração), movimento que tem como objetivo a ampliação e o fortalecimento da participação das mulheres na mineração no Brasil. No Ibram, integramos um grupo de trabalho da entidade, dedicado a tratar de diversidade, equidade e inclusão, onde temos metas acordadas para avançar em diversos eixos da DEI.

CM - Quantas mulheres trabalham na Kinross e qual é a representatividade em relação ao total de funcionários da mineradora? 

Eduardo Magalhães - Atualmente, as mulheres representam 12,5% da força de trabalho de 1.904 empregados diretos da Kinross. A empresa está trabalhando por uma participação maior das mulheres no dia a dia, onde temos uma meta pactuada junto ao Ibram de termos 25% de mulheres em relação ao total de empregados até 2030. Para que esta meta seja atingida temos aumentado ano a ano o percentual de mulheres nas admissões, saindo de 21% em 2020, para 28% em 2021 e alcançamos 36,4% em 2022. 

CM – E qual é a situação em relação aos cargos de chefia? 

Eduardo Magalhães - A Kinross possui 11 mulheres nos cargos de liderança e temos metas de ampliação de mulheres nessa faixa, de contratação de 25% de mulheres durante o ano de 2023.

CM – Para a área operacional, geralmente a participação feminina é menor. Qual é  cenário atual na Kinross? 

Eduardo Magalhães - Atualmente, a Kinross possui 154 mulheres trabalhando nas áreas operacionais, o que representa 9% do total dos empregados atuando nestas áreas, que envolvem atividades de mineração, manutenção e produção. A empresa vem realizando esforços para aumentar este percentual, em linha com a meta interna de contratações de mulheres. Recentemente, abrimos 15 vagas afirmativas para mulheres atuarem como operadora de veículos móveis em nossa planta em Paracatu. Atualmente, temos 17 operadoras. A iniciativa vai quase dobrar o número de profissionais nestas posições, historicamente ocupadas por homens. Além de oferecer oportunidades voltadas para as mulheres entrarem no setor de mineração, por meio de programas de formação profissional voltados para a empregabilidade da mulher no setor mineral, como mecânica e operação. A Kinross desenvolve iniciativas para a retenção e capacitação contínua. O objetivo é que elas desenvolvam suas carreiras e conquistem mais espaço, inclusive em posições de liderança. 

CM - No setor ligado ao desenvolvimento tecnológico da sua empresa tem alguma mulher que se destaca?

Eduardo Magalhães - Sim, a Aline Bento, analista sênior que trabalha há mais de 20 anos na Kinross.  Hoje ela é responsável pelas entregas das demandas relacionadas ao Planejamento e Controle de Produção de ouro, consumo de insumos, entre outras. A qualidade das entregas dela é alta e são feitas com bastante dedicação e profissionalismo. 

CM - Sua empresa desenvolve algum tipo de ação em março relacionada ao Dia Internacional da Mulher?

Eduardo Magalhães - Aqui no Brasil, nesse ano, haverá uma ação de conexão entre as mulheres da empresa que atuam em todo o mundo. Elas foram convidadas a escrever uma carta, contando um pouco sobre elas. A ideia é conectá-las com outras mulheres de áreas da empresa, cargos, locais diferentes, inclusive nas operações no exterior – como África, Estados Unidos e no Canadá, entre outros, para que se conheçam, tenham referências e criem uma rede de apoio. Além disso, a Kinross vai promover um webinar global com o tema “Abrace a Equidade”. Teremos um painel com as mulheres do grupo reconhecidas pelo WIM – Women in Mining, como mulheres mais inspiradoras e influentes na mineração no mundo.

CM - Tem alguma profissional que atualmente trabalhe na empresa e poderia ser considerada um exemplo do sucesso da política interna em prol do aumento da presença feminina? Alguma funcionária de carreira que  ocupa um cargo de liderança, por exemplo?

Eduardo Magalhães - Sim, a diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social, Ana Cunha, mulher negra, e que em 2020 foi reconhecida como sendo uma das 100 mulheres mais influentes do mundo no segmento da mineração. O prêmio Women in Mining UK (WIM), premia, a cada dois anos, as mulheres que atuam na indústria global de mineração, e contribuem para fomentar a inclusão e diversidade no setor. O WIM é uma organização voluntária sem fins lucrativos dedicada a promover o emprego, a retenção e o avanço das mulheres no setor de mineração. Ana Cunha faz parte do Comitê Gestor de Diversidade da Kinross, tem muita afinidade com o tema da Diversidade e Inclusão e tem participado de vários fóruns sobre o assunto. Ela foi contratada na Kinross como gerente, passou a gerente Sênior e depois foi promovida a diretora, sendo a primeira mulher a ocupar a posição na Kinross Brasil Mineração.

CM - Qual é a maior dificuldade relatada pela sua área de Recursos Humanos para aumentar a presença feminina e estimular a diversidade considerando todos os grupos envolvidos?

Eduardo Magalhães - Nós percebemos que o letramento, que passa pela sensibilização e a discussão sobre o tema são muito importantes, permeando desde a área de Recrutamento & Seleção até as posições de liderança. Com o conhecimento e o envolvimento de todos sobre o tema, podemos realizar a inclusão de fato. Outro ponto importante é trabalhar na formação e qualificação de Mulheres para a atuação na mineração. Promovemos a aprendizagem industrial para mulheres já há dois anos, em parceria com o Senai. O objetivo é a capacitação das mulheres das comunidades vizinhas em processos de produção industrial. Em 2022, formamos 30 mulheres e outras 30 estão participando da aprendizagem neste ano.

CM - Tem alguma campanha/política interna para inclusão feminina que não deu certo e precisou ser reformulada ao longo dos anos?

Eduardo Magalhães - Estamos evoluindo na questão desde outubro de 2020, quando iniciamos o Programa de Diversidade, Equidade e Inclusão na Kinross. Aprimoramos nosso processo de Recrutamento e Seleção, com o objetivo de considerar em todas as etapas, a abordagem correta de diversidade e inclusão. Mas R&S é apenas uma porta de entrada. Queremos que as pessoas, depois de contratadas, se sintam acolhidas e queiram permanecer na empresa. Para isso, estamos trabalhando nas questões de assédio e de clima organizacional.

CM - No segmento em que sua empresa atua se lembraria de alguma mulher que se destacou por alguma contribuição importante ao setor? 

Eduardo Magalhães – Sim, podemos citar algumas. Maria Montalvão, vice-presidente do Jurídico da Kinross Brasil. Além de ocupar uma cadeira na alta liderança, construiu sua carreira na Mineração e faz parte do Comitê Gestor de Diversidade, Equidade e Inclusão da Kinross. Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross. Ana faz parte do Comitê Gestor de Diversidade da Kinross, tem muita afinidade com o tema da Diversidade e Inclusão e tem participado de vários fóruns sobre o assunto. Em 2020 foi reconhecida pelo Women in Mining UK (WIM) como sendo uma das 100 mulheres mais influentes do mundo no segmento da mineração. O prêmio Women in Mining UK (WIM), premia, a cada dois anos, as mulheres que atuam na indústria global de mineração, e contribuem para fomentar a inclusão e diversidade no setor. O WIM é uma organização voluntária sem fins lucrativos dedicada a promover o emprego, a retenção e o avanço das mulheres no setor de mineração. Daniela Yumi de Almeida, geóloga Plena, tem participado de projetos importantes de Orel Control bem como conduzido os trabalhos dos modelos BWI de Curto Prazo. Amanda Ulhoa, coordenadora de RH, implementou o programa Operador Mantenedor em 2019. Formação de 101 empregados. Ganhou 22º Prêmio Excelência da Indústria da Revista Minérios e Minerales. Luciana Castro, especialista Sênior de RH – Qualificação em Manutenção Mecânica de Máquinas Pesadas, formação para comunidade em parceria com Senai e Sotreq. 50% da turma composta por mulheres. Temos ainda o time de relações com comunidades faz um trabalho incrível de empreendedorismo feminino com mulheres da comunidade (Camila Maia e Rônia Sousa – analistas de Comunidade). E a Thalita Silva, engenheira de Meio Ambiente. A primeira experiência de Thalita na Kinross foi em 2009 em um programa de estágio. Em 2010, Thalita ingressou na Kinross como analista Ambiental e hoje ocupa o cargo de engenheira ambiental apoiando o departamento com assuntos técnicos relevantes como controles de ARD, inspeções ambientais, projeto Acqua (águas subterrâneas), avaliações hidrogeológicas, projetos de remediação e outros.


Eduardo Magalhães, diretor de RH, TI e Suprimentos da Kinross (foto: Kinross)