Conexão entre sustentabilidade e digitalização amplia demanda por softwares
Encontro anual da Aveva mostrou como a tecnologia vem ajudando a reduzir emissões e o consumo de energia, além de apoiar a economia circular em vários setores
No contexto da busca das empresas e organizações pela sustentabilidade de suas operações, a tecnologia digital entra em campo como importante aliada para reduzir as emissões de carbono e o consumo de energia, implantar a economia circular e manter a produtividade ao mesmo tempo. Segundo a Aveva, o Brasil registra uma demanda crescente por softwares que podem ter impacto direto nas metas de descarbonização, puxada hoje pelos setores de Energia – que inclui Óleo & Gás –, Mineração, e avançando nas indústrias de processo como a de Química, Alimentos e Bebidas e de Celulose e Papel.
Segundo o IEEE, o Brasil deve receber investimentos de US$ 500 bilhões no setor de energia renovável até 2030, e a estimativa de Marcio Razera, Head de Vendas e Desenvolvimento de Negócios da Aveva no Brasil, é que a área de software industrial e automação deverá absorver 10% desse investimento. “Soluções digitais são o caminho para que as empresas façam a transição para uma economia mais limpa e de menor emissão de carbono, e a Aveva vem se preparando para ser um dos principais parceiros da indústria nesse processo. Duas das principais estratégias da Aveva para alinhar objetivos de produtividade e sustentabilidade são aplicações na nuvem e inteligência artificial”, afirmou Razera, durante o Aveva Day Brasil – Sustentabilidade 4.0: Conectando a Indústria Sustentável, realizado no último dia 31 de agosto.
Para João Carlos Salgueiro de Souza, Gerente de Vendas de Solução de Sustentabilidade da Schneider Electric, o potencial de crescimento da demanda por soluções que ajudam na descarbonização é grande. Uma demonstração disso é que a empresa traçou uma meta de atuar em projetos que contribuam para a redução de 800 milhões toneladas de carbono até 2050, e já conseguiu alcançar 480 milhões de toneladas.
Salgueiro de Souza observou que 70% do faturamento global da Schneider Electric está relacionado a softwares que respondem à demanda por sustentabilidade. “É possível reduzir as emissões em média em 20%, alcançando em alguns casos até 50%, a partir de soluções que incluem o monitoramento de dados por meio do PI System e outros softwares da Aveva”, destacou.
Paulo Andrade, Gerente de Pré-Vendas da Aveva, destacou que há novos KPIs orientando a sustentabilidade, e se as organizações não estiverem alinhadas com isso, perderão mercado. “Os indicadores de água e energia, por exemplo, começam a influenciar a estratégia das empresas, e há uma série de pequenas variáveis que podem ser melhoradas por meio do uso de softwares.”
O setor de Energia, que inclui Óleo & Gás, reúne de 40% a 50% das vendas de soluções da Aveva. Segundo Fernanda Martins, diretora de Marketing para as indústrias de energia da empresa, o caminho para o aproveitamento dos recursos naturais começa pela descarbonização das plantas existentes (brownfield), com a utilização da tecnologia digital já disponível, e que estão ajudando o desenvolvimento de soluções inovadoras e a exploração de novas fontes de energia sustentáveis como o hidrogênio, cuja utilização deve crescer 10 vezes até 2050.
As soluções digitais, nesse contexto, têm papel fundamental para viabilizar os projetos que levarão à descarbonização, tal como a disseminação do hidrogênio como fonte energética.
“A viabilização da operação de hidrogênio requer uma infraestrutura, o que inclui, por exemplo, as plantas industriais, as redes elétricas e sistemas de distribuição, e é preciso que essas partes conversem entre si, criando um ambiente de conectividade, que chamamos de economia industrial conectada”, observa Fernanda. “Só as soluções digitais permitirão operar com a maior rapidez na engenharia, de forma mais inteligente, confiável e segura no gerenciamento dessa cadeia de valor”, ressaltou a diretora de Marketing para as indústrias de energia da Aveva.
Por trás disso, estão os gêmeos digitais, que permitem otimizar os investimentos em Capex em 10% a 15% e reduzir o custo de risco em 30% a 50%.
O modelo da Aveva unifica diversas etapas e processos – da análise hidráulica e dinâmica do projeto à avaliação da estratégia de controle nas diferentes fases do projeto sem a necessidade de se criar muitos modelos, e ainda incluindo a previsão das variações climáticas. “Hoje é possível acelerar os ciclos de engenharia para antecipar o início de operação, reduzindo o risco ao logo do ciclo de vida da planta, desde que todas as disciplinas estejam inseridas em uma só base de dados. Com isso, temos projetos mais eficientes que garantem a melhor relação custo-benefício entre Capex e Opex”, explicou Fernanda.
O gêmeo digital nasce a partir da simulação e do projeto conceitual, integrado ao modelo 3D desde as primeiras fases do projeto. Este gêmeo digital evolui e é entregue ao operador da planta para ser conectado com dados em tempo real e acessado por uma central de monitoramento. Dessa maneira, ele se mantém “vivo” e pode ser usado para encontrar gargalos, permitindo ações rápidas de correções e melhorias. “Todas estas tecnologias já estão disponíveis; só precisamos mudar a forma de trabalhar”, ressaltou.
Principal evento da companhia no País, o Aveva Day Brasil contou com a presença de mais de 300 representantes de indústrias de todos os segmento econômicos, que puderam acompanhar demonstrações técnicas das soluções de software da AVEVA e conhecer os resultados em sustentabilidade, eficiência operacional e redução de custos que empresas líderes em seus segmentos de atuação vêm obtendo com a sua utilização, incluindo a Braskem, Dexco, General Mill, Norsk Hydro, Petrobras, Tereos, Suzano, Vale e Vivix.
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