Tecnologias como a do gêmeo digital ajudam as empresas de mineração na otimização de investimentos
Durante encontro anual da empresa de software industrial Aveva, empresas como Petrobras e Vale demonstraram como vêm obtendo o máximo de benefícios em suas atividades com as novas tecnologias
As soluções digitais da Aveva têm produzido bons resultados para grandes empresas de setores como mineração, óleo & gás e energia, em termos de otimização de investimentos, redução de riscos e de custos, entre outros benefícios. Os cases de sucesso foram apresentados durante o Aveva Brasil Day, encontro anual da empresa realizado em São Paulo (SP).
Entre as soluções utilizadas, destacam-se os benefícios da visualização em 3D em diferentes momentos do projeto e operação de uma planta industrial e as ferramentas associadas ao AVEVA PI System para gerenciamento e otimização de dados operacionais. Soluções de gêmeos digitais têm permitido otimizar os investimentos em Capex em 10% a 15% e reduzir o custo de risco em 30% a 50%, além de permitir encontrar gargalos e realizar ações rápidas de correções e melhorias em operação e manutenção.
A jornada do PI System na Vale começou em 1997
Uma das maiores empresas de mineração do mundo, a Vale vem utilizando soluções da Aveva desde os anos 1990, quando instalou o PI System na Mina Cauê, em Itabira (MG), com 5 mil tags. O sucesso da implementação levou a Vale a estender o projeto para outras 41 unidades operacionais, e foi mantida, em outras 40 unidades, uma solução de PIMS (Plant Information Management Systems) de outro fornecedor, com um total de 29 instâncias. Em 2022, a mineradora tomou uma decisão importante de migrar mais 22 instâncias para ambiente Aveva, minimizando instâncias fora do padrão da empresa.
Luciane Moreira, analista de Tecnologia da Vale, diz que o projeto REdiscover PIMS começou em 2018 e tinha a missão de transformar o PI System na fonte de dados temporais padrão da companhia, o que significava uma corrida contra o tempo em função da mudança de arquitetura, a necessidade de assegurar acoplamento com os demais sistemas corporativos, implementação da rede, hosting e a própria engenharia do PIMS. “Sem contar as alterações de papéis e de localidade de atuação das pessoas envolvidas no projeto, a falta de disponibilidade dos agentes de mudança, a necessidade de tratar com o não conhecido e de promover o engajamento dos usuários, além das pressões próprias do mercado e de orçamento”, conta Luciana.
Frente a um curto prazo de tempo disponível, a equipe da Vale avaliou quais operações deveriam ser priorizadas em função do descomissionamento do PIMS antigo – 3, de um total de 16, migraram em maio do ano passado. As 13 operações remanescentes migraram em maio deste ano, e a instalação dos itens mapeados como não impeditivos estão sendo migrados desde então.
De acordo com a analista de Tecnologia da Vale, os principais benefícios capturados com o projeto REdiscover PIMS estão relacionados à inovação e informação, alcançados por meio do saneamento, padronização e contextualização dos dados, e democratização do acesso à informação. Também houve um aumento na confiabilidade dos dados, graças às revisões contínuas de tags de coletas e de cálculos que não retornavam valores. Hoje a Vale possui 830 mil tags coletadas e quase 90 mil calculadas, com maior segurança e custos reduzidos. “Todo o acesso é padronizado e controlado, contamos com uma infraestrutura centralizada mais enxuta e asseguramos a coleta de dados de diferentes fontes de forma nativa”, afirma Luciane Moreira.
Petrobras: digitalização desde as fases iniciais dos projetos
A Petrobras está conectando etapas de seus projetos através do modelo 3D fornecido pelas soluções da Aveva. A empresa tem como desafio implantar o modelo 3D entre as etapas do Projeto Básico, Licitação e Projeto Executivo nas obras de ampliação e modernização para a produção de refino, gás e energia em diversas plantas, tais como a Refinaria Abreu e Lima (RNEST). A RNEST está ampliando e modernizando o trem 1, construindo a Unidade de Abatimento de Emissões Atmosféricas (SNOx) e retomará a implantação do trem 2, além da finalização da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Polo GasLub e poderá contar com modelagem 3D para facilitar o processo licitatório e acelerar a transição para a fase de detalhamento.
“Na fase do Projeto Básico, o modelo 3D pode nos auxiliar na maturidade do projeto, especialmente no detalhamento dele. Em projeto básico, não temos desenhos de fornecedores, nem há detalhamento de maquinário. Com o Aveva 3D, podemos projetar esses modelos, com desenhos sobrepostos ao maquinário já existente, e ter uma ideia de como ficarão antes de serem implementados”, afirma Tiago Veroneze, gerente setorial de engenharia digital e inovação da Petrobras.
“Além disso, o trabalho em nuvem, o escaneamento a laser e a solução indicada no modelo 3D permitem uma completa visualização de como ficará sua planta antes das mudanças serem colocadas efetivamente em prática”, ressalta Veroneze. Ele acrescenta que o modelo 3D facilita a verificação de interferências em toda a planta, inclusive para a simulação de atividades críticas, antecipando análises multidisciplinares, extração automática de dados quantitativos e armazenagem de todo o histórico dos projetos.
Para a fase de licitação, Veroneze aponta que o modelo 3D traz mais clareza sobre o escopo do projeto, com um conjunto de documentação contratual, com desenhos e análises que deixam a visualização do todo muito mais clara e objetiva. “E na fase do Projeto Executivo, o modelo 3D ajuda a empresa contratada a executar a obra a partir de um modelo inicial, que já antecipa atividades e detalhes que a planta deve ter, com simulações possíveis desde o primeiro dia da execução. As equipes de trabalho chegam já com conhecimento e familiaridade com o projeto, e o nível de retrabalho diminui consideravelmente”, completa o gerente da Petrobras.
PRIO avança na jornada para operação remota através do PI System
Pioneira no mercado brasileiro de redesenvolvimento de campos maduros de extração de óleo, a PRIO foi criada em 2014 e administra ativos nos campos de Frade, Polvo e Albacora Leste, localizados no Pré-Sal da costa fluminense. Com ativos adquiridos de diversas operadoras – cada qual com sua própria tecnologia, que impossibilitava o acompanhamento contínuo da operação – a PRIO enfrentou o desafio de desenvolver uma arquitetura padronizada de tecnologia e software, que proporcionasse uma maior flexibilidade de acesso à todos os dados de forma centralizada, e permitisse que cada ativo mantivesse seu sistema autônomo e independente. Para isso, a empresa escolheu o Aveva PI System.
“Por meio do PI System e da ferramenta PI Vision, sincronizamos sistemas diferentes de cada ativo para uma única central, para visualizar e monitorar ativos críticos, comissionamento de equipamentos e dados da produção dos três campos”, conta João Gabriel Raiol, líder de automação da PRIO. Ele explica que, ao acompanharem os parâmetros dos processos, é possível agir de forma proativa para evitar que problemas ocorram. “O monitoramento contínuo de equipamentos permite a manutenção preditiva, e o PI System nos permite o acesso aos dados operacionais de forma centralizada, inclusive por meio de dispositivos móveis”, conta, ao destacar que a PRIO já avalia os próximos passos. “Estamos trabalhando no desenvolvimento de análises complexas e cloud com engenharia especializada. O objetivo é chegarmos a uma operação remota suportada por inteligência de dados”, completa Raiol.
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