O potássio é um nutriente essencial para a planta e não possui substituto. Destaca-se como um dos principais constituintes dos fertilizantes utilizados na agricultura, sendo o cloreto de potássio (KCl) o mais importante, se considerados os volumes produzidos e consumidos. O Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de fertilizantes, contudo, mais de 90% do potássio usados na agricultura no país são importados, o que deixa em evidência um alto nível de dependência externa.

Na tentativa de mitigar essa dependência, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciou, em 2017, o Projeto Potássio-Brasil. Na ocasião, algumas bacias sedimentares intracratônicas foram selecionadas para estudos, começando com a Bacia do Rio Amazonas e com resultados já publicados pelo SGB. Em seguida, em 2019, deu-se início a pesquisa na Bacia Sergipe-Alagoas, cujos resultados foram apresentados no Simexmin 2024.

De acordo com o geofísico e pesquisador em geociências do SGB Higo Oliveira Nunes, o estudo na bacia Sergipe-Alagoas faz parte da pesquisa sobre minerais estratégicos e segurança alimentar, com o objetivo de selecionar áreas que são alvos favoráveis à ocorrência de depósitos de sais de potássio.

Nunes informou que o principal resultado apontado pela interpretação de seções sísmicas e descrição de poços exploratórios é a mobilização vertical em forma de “domo” de parte de uma camada de sal que é rica em potássio.

“Pela análise dos poços próximos, e considerando a continuidade lateral das camadas, acredita-se que este domo contém níveis de silvinita e carnalita, dispostos em profundidades mais rasas e possivelmente em camadas mais espessas do que as observadas nos poços. Por esses fatores, ele seria um alvo relevante a ser considerado”, explicou.

Concluída essa etapa, o projeto Potássio-Brasil segue agora para novas pesquisas em outras bacias sedimentares potassíferas, como é o caso da bacia do Recôncavo, na Bahia, cujos trabalhos começam em breve.