Província Lagoa Real na Bahia pode ter 90 mil t de urânio em depósitos ainda não descobertos
Evento sobre urânio foi realizado no Rio de Janeiro pela AIEA e INB
A Reunião Técnica sobre Avaliação e Quantificação de Recursos de Urânio Prognosticados e Especulativos (Technical Meeting on Assessing and Quantifying Prognosticated and Speculative Uranium Resources), promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e organizada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), ocorreu até 8 de novembro, no Rio de Janeiro. O objetivo é revisar e avaliar a utilidade e a aplicação de métodos e ferramentas, tanto novos quanto já existentes, para identificar, delinear e avaliar sistematicamente recursos de urânio não convencionais ou inexplorados.
Na abertura, o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, resumiu o trabalho que o SGB tem realizado no setor de urânio em nosso país. “Desenvolvemos atividades nas principais áreas de depósitos de urânio, como Lagoa Real, Itataia e Rio Cristalino, onde uma equipe realiza estudos geofísicos atualmente”.
Silveira destacou que: “este ano, cumprimos o desafio do ministro Alexandre Silveira de criar uma ‘radiografia’ do SGB, o Plano Decenal de Mapeamento Geológico (PlanGeo), com nossos projetos passados, atuais e futuros, em contribuição com a sociedade. Além disso, lançamos o Mapa de Previsibilidade de Urânio do Brasil, orientando investidores e promovendo transparência sobre nossas atividades. O SGB permanece à disposição para colaborar com dados e materiais para o desenvolvimento do setor".
Também participaram do evento o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, representando o MME; o presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adauto Seixas; o secretário científico da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), Mark Mihalasky; o presidente da Agência Nacional de Mineração, Mauro Sousa; e a representante da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Cristiane Mac Cormick.
O foco está nas formas de se fazer estimativa e reporte desses recursos, alinhadas às pesquisas do Grupo Conjunto de Urânio da OCDE-NEA/AIEA, uma colaboração entre a Agência de Energia Nuclear (NEA) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cujas informações são publicadas no relatório bienal Red Book.
Palestras do SGB
Na palestra intitulada “Aplicação da Lei de Zipf para Estimar o Potencial de Urânio Não Descoberto na Província de Lagoa Real”, localizada na Bahia, o assessor da DGM, Anderson Dourado, analisou a possibilidade de existir um potencial de 90.000 toneladas de urânio em depósitos ainda não descobertos. Segundo a pesquisa, os recursos totais na região podem ser ainda maiores, caso o maior depósito da província (Fazenda Rabicha) esteja sendo subestimado ou o maior depósito da província ainda não tenha sido descoberto.
A Lei de Zipf tem aplicação em diversas áreas – como economia, geografia, física e geologia – para estimar desde o tamanho das crateras da Lua até a distribuição de riquezas e a estimativa de depósitos minerais ainda não descobertos.
Isabelle Serafim, pesquisadora em geociências, apresentou palestra sobre o uso da geofísica para a identificação de anomalias de urânio. A metodologia tem baixo custo, visto que os dados aéreos usados já foram adquiridos e estão disponíveis na base do SGB. Além disso, esse método pode ser aplicado em grandes áreas e se mostrou eficiente na abordagem inicial da pesquisa de urânio no Brasil, como a mina de Itatiaia e o Rio Cristalino, duas áreas estudadas dentro do projeto urânio. Por fim, os resultados foram validados por meio de dados de campo adquiridos no mapeamento geológico.
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