Valpa Mineração optou pela padronização de frota e reduziu custos
Mineradora extrai areia em Jacareí (SP)
Quando adquiriu sua primeira escavadeira Hyundai, há cerca de oito anos, o empresário Sérgio Perez Paz, sócio diretor da Valpa Mineração, talvez não imaginasse que ali começava uma sólida relação de parceria, que o tornaria um fiel usuário da marca. Desde então, todos os equipamentos de movimentação de materiais que entraram em operação na sua empresa, como escavadeiras hidráulicas e pás carregadeiras, são exclusivamente da Hyundai. “Já estou indo para a terceira geração de máquinas sem nunca registrar qualquer problema grave na operação e devo destacar a qualidade da equipe de vendas, sempre preocupada em me oferecer melhores condições de compra, incluindo financiamentos, e ainda cuidam de boa parte da documentação que necessito”, ele atesta.
Não é pouco, considerando que Valpa atua na produção de areia natural, atividade na qual os equipamentos são submetidos a uma operação severa, principalmente em função de alta abrasividade do minério. Localizada em Jacareí, na região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, a mineradora tem uma capacidade instalada de 20 mil m3 por mês e realiza a produção por sistema de desmonte hidráulico, já que a mineração de areia é executada em barrancos e não pela dragagem de rios ou lagos.
Nesse processo, linhas de mangueiras realizam o desmonte da areia por jatos d’água e o material resultante segue para tanques de decantação e sucessivos sistemas de lavagem e peneiramento, até a obtenção da areia natural. Mesmo assim, cinco escavadeiras hidráulicas operam na frente de lavra em apoio à produção. “O minério não é homogêneo e, no meio da areia há muita formação de solo mais duro, uma espécie de taguá, que não conseguimos remover apenas com as mangueiras.” O executivo destaca que muitas vezes essa formação se estende por uma frente extensa, de até 30 m de comprimento, onde a lavra precisa ser realizada por escavação seletiva.
Para isto, quatro escavadeiras hidráulicas Hyundai R220LC-9S, de 22 t, e uma escavadeira Hyundai R330LC-9S, de 32,7 t, se alternam na tarefa de remover o material mais duro. Segundo o diretor, elas separam a areia desse material que, por ser um estéril, é carregado em caminhões para sua disposição em bota-fora controlado. “Elas realizam essa separação e o carregamento dos caminhões, possibilitando rapidez ao serviço e alta produtividade à operação”, ele completa.
Os ganhos de produtividade também são proporcionados pelo correto dimensionamento da frota mobilizada. “Optamos por essa quantidade de escavadeiras porque assim elas se locomovem menos na frente de trabalho, o que nos dá um ganho de produção e também agride menos as máquinas, pois a areia é muito abrasiva e os deslocamentos constantes podem danificar seu material rodante.” Segundo ele, a Valpa Mineração opera em uma área de cerca de 10 hectares, mas os locais são lavrados de acordo com liberações da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o que reduz a área de operações. Mesmo assim, a produção de areia ocorre sempre em duas frentes de lavra simultâneas.
Além das cinco escavadeiras hidráulicas, a Valpa opera com duas pás carregadeiras da Hyundai, que se destinam basicamente a serviços de pátio. Tanto a carregadeira HL767-9S, de 14 t de peso, quanto a HL60-9S, de 17,6 t, atuam na ponta final do processo de produção da mineradora, realizando o carregamento dos caminhões que fazem a entrega da areia aos clientes. “Elas são muito ágeis e, com um operador treinado, a 760 consegue carregar em três minutos um caminhão de 25 m3 de capacidade, já que sua caçamba comporta mais de 3 m3 de material”, diz Paz.
Mesmo nessa atividade, ele ressalta que algumas vezes desloca uma escavadeira para o carregamento dos caminhões, principalmente em épocas de chuva intensa, quando a areia fina retém umidade. “Nesses casos, para evitar problemas de sobrecarga nos caminhões e até mesmo a entrega de um material muito úmido, optamos por posicionar a escavadeira sobre a pilha de areia e ela realiza o carregamento apenas da parte superior dessa pilha, de forma a manter nossos padrões de qualidade operacional”, explica o diretor.
Substituição a cada três anos
Como os equipamentos são submetidos a operações severas, a mineradora opta pela sua substituição a cada três anos ou cerca de nove mil horas trabalhadas. Paz sabe que eles atingem uma vida útil muito maior, mas prefere trocá-los nessa época para manter a frota sempre com altos índices de disponibilidade e produtividade. “Além disso, as máquinas Hyundai atingem um bom preço de revenda e nos permitem realizar bons negócios, até mesmo ao utilizá-las como entrada para o equipamento novo”, enfatiza.
Para isto, a Valpa Mineração preza pela excelência na operação e manutenção dos equipamentos. Cada máquina conta com apenas um operador – a empresa trabalha com um turno de produção – que realiza diariamente um check-list básico – como o estado de conservação das caçambas e material rodante, folgas em pinos e buchas e outros – e acompanha a programação das suas paradas preventivas. Um mecânico da empresa responde pelas manutenções maiores a há ainda a área de caldeiraria, que atua na recuperação de chapas e na aplicação de revestimento antidesgaste nas caçambas – eletrodo duro.
Paz destaca que serviços de maior porte ficam por conta da BMC-Hyundai e sua rede autorizada, embora ele não se lembre de uma ocorrência desse porte nos últimos anos. “Alguns dos nossos equipamentos sempre estão na garantia, o que nos dá tranquilidade quanto à solução de qualquer problema”. Com a padronização da frota, ele diz que a gestão de peças e sobressalentes ficou mais simples, reduzindo os custos da empresa. “Como essas máquinas informam qualquer anomalia, nunca fomos surpreendidos por um problema e, quando eles ocorrem, a resposta é rápida, principalmente agora, pois uma fábrica no Brasil nos dá a garantia de disponibilidade de peças”, ele afirma.
Atuando no mercado desde 1974, a Valpa Mineração produz basicamente três tipos de areia natural – fina, média e grossa – para atendimento aos mercados da Grande São Paulo, região de Atibaia e sul de Minas Gerais. Sua produção é destinada ao varejo – depósitos de materiais de construção – o que preserva a mineradora das oscilações no mercado de grandes consumidores, como o setor imobiliário e as obras de infraestrutura. Além dessa operação, Sérgio Perez Paz é proprietário de outras duas mineradoras de areia, em São Paulo e Sarapuí, na região de Sorocaba (SP), que também utilizam apenas escavadeiras e pás carregadeiras Hyundai.
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