Cesar é finalista pelo segundo ano consecutivo do Prêmio ANP com projeto criado para a Petrobras

Destaque foi obtido com o projeto "Gêmeo Digital e Ecossistema de Ferramentas Web para Avaliação de Integridade de Risers Flexíveis"

Por Conexão Mineral 10/12/2024 - 20:58 hs
Foto: Divulgação
Cesar é finalista pelo segundo ano consecutivo do Prêmio ANP com projeto criado para a Petrobras
O projeto de gêmeos digitais do CESAR já havia sido finalista do Prêmio ANP de 2023

O  Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) foi um dos três finalistas da edição de 2024 do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica, na categoria "Indústria 4.0 / Transformação Digital / Inteligência Artificial". O destaque foi obtido com o projeto "Gêmeo Digital e Ecossistema de Ferramentas Web para Avaliação de Integridade de Risers Flexíveis", desenvolvido em parceria com a Petrobras e o LACEO/UFRJ (Laboratório de Análise e Confiabilidade de Estruturas Offshore da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ao todo, 43 iniciativas foram inscritas na categoria. 

O projeto utiliza a tecnologia emergente de gêmeos digitais para avaliar e estender a vida útil de risers flexíveis – tubos utilizados em plataformas marítimas para o transporte de óleo e gás, conectando profundidades de até 8 km à superfície. Atualmente, a tecnologia está em uso em 40 risers flexíveis da Petrobras, com previsão de ampliação nos próximos anos. 

Benedito Macedo, diretor executivo do CESAR, explica que o projeto é pioneiro no mundo e reflete a capacidade da ciência brasileira. “Estamos materializando uma tecnologia que está no mais alto nível de inovação e que traz benefícios tangíveis não apenas para a Petrobras, mas para o Brasil como um todo”. 

Os gêmeos digitais são réplicas virtuais do mundo físico, criadas a partir de dados coletados em tempo real. O CESAR foi responsável por desenvolver uma plataforma web completa que integra front-end e back-end a partir de modelos matemáticos criados pelo LACEO e pela Petrobras. Essa solução permite que a petrolífera monitore e avalie a integridade dos risers flexíveis. 

Com essa solução, é possível estender a vida útil dos dutos. “Os risers flexíveis já vêm de fábrica com uma validade de dez anos, mas, com a nossa tecnologia, conseguimos estender esse tempo de vida para 15 ou até 18 anos”, destaca Macedo, mencionando que o projeto foi desenvolvido ao longo de quatro anos. 

Os risers naturalmente sofrem desgaste devido à fadiga, provocada pela movimentação do mar, e à corrosão causada pelo dióxido de carbono presente no óleo e gás que circulam dentro deles. Estender a vida útil desses tubos, portanto, gera economia significativa, pois tanto os risers quanto sua substituição a milhares de metros de profundidade exigem grandes investimentos. A solução também resulta em maior segurança operacional e reduz os riscos ambientais.  

No terceiro trimestre de 2024, a Petrobras produziu 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Quando um riser flexível precisa ser trocado, a produção que passa pelos dutos é interrompida, impactando diretamente o desempenho da companhia.   

“A implementação desse projeto prova que podemos criar soluções sustentáveis e economicamente vantajosas para desafios de alta complexidade. Estamos muito orgulhosos de contribuir com uma tecnologia que pode transformar o setor de óleo e gás e servir de modelo para outras indústrias. Estamos conseguindo materializar uma inovação de altíssimo nível, com capacidade de impactar positivamente o PIB do país”, afirma Antoanne Pontes, gerente de negócios do CESAR. 

O projeto de gêmeos digitais do CESAR já havia sido finalista do Prêmio ANP de 2023, repetindo o nível de reconhecimento deste ano. Em razão da tecnologia de ponta utilizada pelo centro de inovação, o trabalho foi ainda vencedor, no ano passado, do SPE Awards, premiação organizada pela Sociedade de Engenheiros de Petróleo dos Estados Unidos.